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Discutindo a relação com uma metralhadora!

Posted by Parcos Maulo Marcadores:

Contribuindo com o estilo de textos "Diários de Terror", Nathália (9° C), dá vida a um instigante personagem. Texto simplesmente fascinante, acompanhem.

     Mais um dia acordo e vejo corpos no chão, mais uma vez eu vejo membros de meus amigos e me pergunto se isso acontecerá comigo.
     Meu nome é Jean Pierre, tenho 22 anos e morava na França, na capital Paris. Você deve estar se perguntando “morava”? Sim, morava. Hoje moro no campo de batalha com Michelle. Michelle é minha companheira, minha psicóloga, minha confidente. Michelle é fantastique.
     Ah! Michelle é uma metralhadora leve Hotchkiss M1922. Não sou louco. Bem, depois de três anos sua consciência não pesa mais por ter matado algum pai de família e você se acostuma a não dormir. Há o medo de dormir e não acordar mais. Nem se você quisesse poderia, os tiros, os gritos de dor não deixam.
     Dizem que a guerra está chegando ao fim, mas eu acho que isso só terá fim para mim quando morrer.
Quando os alemães chegaram, nossas trincheiras estavam feitas. Malditos! Por causa deles esse lugar fede, não temos mais um pingo de higiene e nossa alimentação é horrível.
     Receber uma carta da família é uma dádiva.
     Tudo aqui é tão barulhento e ao mesmo tempo tão vazio.
     Já está escurecendo e nós estávamos tentando acertar o inimigo, meu amigo Billy foi atingido. Acho que vai ser mais um corpo que terei que carregar.
     O general disse que a Rússia se retirou. Agora chegou mesmo o nosso fim, todos do acampamento estão temendo. Sem armas, como vamos vencer aqueles vermes? Não quero ser derrotado! Passei anos e anos aqui para nada! A noite fico olhando o céu pensando quando vamos voltar a ter nossa vida de volta... Vou tentar dormir hoje, preciso descansar, já estou tendo D. R. (discutindo a relação) com a Michelle. O motivo? Ela meio que travou na hora do combate.
     Os vermes estão agora jogando granadas em nós. Não queremos ficar nas pontas das trincheiras, lá várias pessoas morrem. Mas o general nos obriga para o bem de nossa nação. Mentirosos! Não sei qual é pior... Pessoas estão morrendo por causa do poder.
É, o dia começa e a vida é a mesma. Pelo menos consegui dormir um pouco e sonhar que estava com minha família de novo. Dizem que um novo país vai entrar nessa disputa, os Estados Unidos. Dizem que é nossa última esperança.
     Meu amigo Billy não resistiu, perdeu muito sangue e acabou morrendo. Coitado, tinha filhos para criar e uma mulher muito formosa e bondosa. Uma notícia muito triste.
     Hoje choveu e inundou os túneis, nossos uniformes estão todos encharcados. Uma tosse com secreção me acompanha. Os soldados dizem que pode ser tuberculose, não gosto de pensar nisso.
     De tarde estava fazendo minha patrulha normal quando uma grande granada me acertou. Fiquei horas desacordado e quando acordei senti uma dor terrível, minha perna tinha ido embora. Ou revoir! Passei dias e dias sentindo dor e minha cabeça rodava, parecia que tudo era sonho, ou melhor, pesadelo. Mas tudo era real. O médico disse que não tinha solução, agora era amputar. No começo eu disse não, briguei, xinguei, mas, o que eu faria com uma perna inútil? Tive que ser muito homem e falar tudo bem.
     Estava quieto, me recuperando, quando ouvi alguns soldados dizendo que os alemães estavam em retirada. Tudo chegara ao fim. Foi a melhor notícia de minha vida, finalmente iria reencontrar meu père Fleur, e minha soeur Nicole, ela deve estar tão grande. Uma mocinha.
     Já arrumei minhas coisas e estamos aguardando o nosso transporte, estou louco por um banho e comida de minha mère Aimée.
     Encerro esses dias de horror por aqui. Agora vou tentar viver minha vida sem gritos e seguir em frentte sem uma perna. 

2 comentários:

  1. Ivaana (;

    Peeeerfeito o texto da minha amg *----* só não sei onde ela arranja tanta criatividade.

  1. Nathaliaa

    qe isso não exageraa ! De vez enquando nem eu sei de oonde tiro essas ideias ;D